sexta-feira, 24 de agosto de 2012

impossible conversations

Quando uma conversa impossível entre dois mitos se torna real no olhar da História da moda.

Essa é a jogada de mestre da exposição Schiaparelli and Prada - Impossible Conversations que acontece no Metropolitan Museum de NY.

Através de uma conversa filmada, editada e interpretada pela atriz Judy Davis, como uma Schiaparelli altiva, imortal e Sra. Miuccia Prada sendo ela mesma, você consegue entender um pouco da origem das inquietações e o processo criativo de duas italianas que foram divisoras de água em suas profissões.

Na entrada da exposição eu já pude ver o telão com o vídeo, as duas sentadas em uma mesa negra e enorme, cada uma na ponta. É um clima meio surrealista porque dá para perceber que as duas não conversam entre si, mas consigo mesmas naquela mesa. A exposição toda é meio escura, exceto pela parte final que fala justamente do surrealismo e o lúdico revelado nas peças das duas (um contraponto muito legal).

O casaco de Schiaparelli, a saia de Prada. A luz e a estrutura.

Schiaparelli foi uma estilista do Glamour Days pré segunda guerra que via a moda não apenas como uma linguagem cultural evolutiva, mas também como arte, e nela se fazia traduzir sua vontade quase obsessiva em questionar os padrões da época. Começou cedo, e, já chocando a sociedade italiana ultra-conservadora do seu tempo, escrevia romances eróticos e tinha nas roupas os devaneios em forma sólida e impecável. Foi muito interessante visitar essa exposição pois eu estava lendo um livro de história da moda e a parte do Glamour Days e logo depois, a da moda na 2a  Guerra, fala muito da Schiaparelli e de como ela orquestrou muitas mudanças no conceito de elegância da época.

Prada é um nome atual mas igualmente imortal. Eu entendi na conversa das duas (aqui embaixo), que trabalharam em sentidos opostos em suas carreiras, desde o sentido que elas viam em suas criações (Schiaparelli via arte, e Prada via trabalho, trabalho, ofício). Enquanto a primeira queria exaltar a parte de cima da mulher, o colo, o pescoço, o busto em criações luxuosas, Prada viu muito mais potencial criativo na parte de baixo, em saias estruturadas, arquitetônicas, e sapatos que quebraram a barreira do clássico. Eram telas de pintura, eram pedras esculpidas...(Suspiros da Clara) :)

Naif chic - algo em comum entre as duas


Puxa vida, queria voltar a exposição, mas acabou semana passada :(

Estava bastante cheio o salão, tive que ter paciência com o povo pisando no pé, e com um bom poder de concentração consegui entrar no clima. Tomara que venha pelo menos a SP.
Por enquanto, dá uma olhada na conversa impossível aí:




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