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segunda-feira, 10 de junho de 2013

O que o tecido tem a ver com isso?


Uma das perguntas que eu me fiz enquanto estudava mais sobre estratégia de imagem, era sobre porque eu precisava estudar os tecidos de roupa e as diferentes fibras têxteis.

Mas por que diabos saber sobre tecidos? Que tipo de influência eles têm sobre a imagem de alguém?

Hoje eu consigo pensar em porque eu não dava a mínima para os tecidos. É mais ou menos a mesma história das crianças que nunca viram uma galinha na vida. Elas comem o frango, mas não fazem ideia de onde vem e como vão parar no prato delas. Muitas jamais saberão, e ai de quem dizer. Elas comem e suas mães ficam felizes em saber que pagaram um preço "justo" por ela. E basta.

Depois da revolução das grandes cadeias de roupas dos anos 50, nosso distanciamento ao processo de produção têxtil se tornou gradativamente maior, e por consequência nosso desconhecimento e desinteresse por tecidos, tipos de costura, de bainha, de forros. Algumas pessoas não sabem diferenciar ou valorizar um blazer com ou sem forro. Com ou sem sobra de bainha. Mas pergunte a sua avó e ela vai explicar como é valioso esse tipo de finalização.

Mesmo em lojas de luxo, é muito difícil hoje encontrar uma bainha "cega" (aquela em que os pontos são invisíveis), porque o trabalho manual que exige é imenso e embute um custo que as marcas não querem engolir em virtude do lucro.

Ir à costureira? Credo!

Para todas nós, ou quase, é mais fácil e barato se misturar à multidão das grandes marcas do que criar um próprio estilo desde a linha até o corte.

Em linhas gerais, para a estratégia de imagem, o caimento do tecido e a sua estrutura são vitais para o efeito final do look e até do comportamento das pessoas. Alguns pontos:

- Tecidos estruturados são associados psicologicamente com mais força e objetividade. Tecidos fluidos ou drapeados passam uma imagem de fragilidade e romantismo.
- Formatos de corpo mais curvilíneos aceitam melhor tecidos drapeáveis e "moles". Uma saia reta de Tweed (tecido grosso de lã) em um quadril largo (Bingo! Sou eu!) é desconfortável, desarrumada e fica subindo o tempo todo. A linguagem corporal é de desajuste.
- Algumas pessoas efetivamente não podem usar certos tecidos por serem alérgicas. Ninguém quer começar uma reunião se coçando inteiramente, certo?
- Alguns tecidos aparentam ser "baratos", mesmo algumas sedas ou crepes, dependendo da estampa ou da tonalidade. Você investiu aquele dinheirão e todo mundo pensa que é vagaba, sabe?
- De modo geral, ao escolher uma roupa, vale a pena olhar a maldita etiqueta que a gente só quer arrancar. Siga as instruções de lavagem, for Christ sake! Elas estão lá por um motivo.

Algumas dicas para quem teve a curiosidade de olhas as tais etiquetas.

Fibras naturais, como Algodão, Lã, Linho e Seda, são naturalmente mais fortes e resilientes a lavagem. Ou seja, duram mais e exibem um aspecto de melhor qualidade. Elas permitem melhor a respiração da pele pelo formato da trama da fibra no tecido (com mais espaço entre as fibras). Em dias quentes, uma lã de verdade não vai esquentar absurdamente. Os pontos desfavoráveis: são geralmente mais trabalhosas para lavar ou passar - há que respeitar a natureza de cada fibra - e a maioria pode encolher com lavagens ou secagens intensas. Especial atenção para a seda!

Fibras artificiais, como Nylon, Poliéster, Acrílico, Elastano etc são a praga da humanidade. Brincadeirinha! Quase. Elas têm a grande vantagem de serem mais resistentes a lavagem, algumas são à prova d'água, como o Nylon, e a maioria hoje em dia é adicionada à fibras naturais por serem muito mais baratas de produzir. A melhor: graças ao elastano podemos vestir uma calça sem o efeito baggy, que maravilha. E o conforto então, nem se fala. Mas por outro lado, na maior parte das vezes o aspecto geral é de baixa qualidade. Há exceções, como por exemplo a microfibra. Se ela for micro de verdade, tem um caimento muitas vezes melhor que a fibra natural, por exemplo, da lã. Existe uma microfibra que está bombando mundo afora, que é a imitação de camurça. Linda, fantástica ao toque. Atenção: sintéticos esquentam muito e são insuportáveis ao sol, além de não deixarem a pele respirar (alô, verão no Brasil). E são extremamente inflamáveis, eu ficaria preocupada com roupa infantil por exemplo.

Isso sem se falar da extrema porcaria que as fibras causam na natureza ao serem produzidas. Poluem rios e o solo ao redor, que recebem os restos de diluentes. Por isso, lembrando do post sobre consumo de moda ética: menos artificial é melhor. Sempre que dá para escolher!

E então, valeu a pena saber um pouco mais sobre o tecido? Se ainda for que nem a galinha, tudo bem. Mas não vá dizer que não avisei (lembra a vovó!).

Até mais!









terça-feira, 4 de junho de 2013

o alto preço da moda barata


Sejamos honestas. Quem fecha os olhos e pensa em Nova Iorque, lembra de que? Deixa eu tentar adivinhar:

1- Estátua da liberdade.
2- Cheesecake.
3- Macys, H&M, Forever 21, Zara, Gap, Banana Republic, Outlets e tantas outras.

Os Estados Unidos são um dos países que mais consome - e vende - fast fashion, ou a moda barata que copia grandes estilistas. Lojas como K Mart e Target vendem coleções inteiras trocadas semanalmente e a Forever 21, por exemplo, muda todos os dias um andar inteiro de roupas e elimina aquelas que não vendem na liquidação (tipo 5 dólares a blusinha). Eliminar significa eliminar mesmo. Jogar fora.

Em média, o cidadão americano compra pouco mais de 64 roupas, o que significa uma peça nova de roupa por semana. A moda barata permite. Gastam uma fortuna num Apple iPhone de última geração e usam um par de sapatos de 10 dólares. E o Brasil está caminhando para isso. Pior, estamos sonhando cada vez mais com o momento de trazer as malas (eu disse MALAS) para o outlet em New Jersey e encher com...15 camisetas polo, 10 pares de jeans, 32 blusinhas, 10 vestidos. Enquanto empilhamos as roupas em nossos armários na volta da viagem, tentamos entender em que situações usaremos tantas roupas. Ou mesmo achamos defeitos nas roupas que nem sequer vamos poder trocar.

A roupa barata tem um motivo para ser barata. Para muita gente, gastar mais de 40 dólares num vestido é um absurdo. Mas vamos aos absurdos de verdade:

- No mês passado, mais de mil pessoas morreram em Bangladesh, em um incêndio que tomou conta da precária fábrica que fornece roupas finalizadas para a H&M. Não há o menor controle de segurança no local. Neste mesmo dia, centenas de funcionários desmaiaram por calor, antes mesmo do incêndio. Imagina o que não acontece em um dia normal, que não é noticiado no jornal.

- A Beyoncé estampa lindamente a campanha de verão desta loja, que está nas ruas agora. Será que ela sabe que um trabalhador desta fábrica ganha menos de 100 reais por mês para trabalhar mais de 12 horas por dia? Ela tem sorte, porque trabalhou 2 horas para tirar a foto da campanha e ganhou milhões com isso.

- Essa já é antiga: a Zara trabalhava com mão de obra escrava no Brasil em 2011. Estamos acompanhando o progresso? Muito recentemente, eles foram denunciados novamente na Argentina.

- Material barato, que produz roupa barata, é Poliéster, Acrílico, Nylon. Para produzir este tipo de fibra, a quantidade de água limpa e energia gastas, fora os poluentes jogados no ambiente de países pobres (e outros nem tanto, incluindo nosso País), encarecem demais o custo. É um custo que não tem mais volta. Além de poluentes, fazem mal ao nosso corpo. Fibras sintéticas não deixam nossa pele respirar, e pior, desencadeiam reações alérgicas.

Nesta discussão, o que mais me parece irônico é que a moda barata é uma moda baixa. Entupir-se de roupas que são descartáveis não apenas quebra um valor ético mas também de estilo. Optar por quantidade denota uma ânsia de possuir, de exibir, que passa os limites do elegante, e cai na armadilha do vulgar.

Esse é um convite para a moda ética. Vamos começar a revisar nossos hábitos?

Livro para Referência: OverDressed, de Elizabeth Cline, Penguin Books 2012

domingo, 2 de junho de 2013

para ter confiança, avalie seu estilo pessoal

Existe uma diferença entre moda e estilo, já dizia Edna Chase, a imortal que transformou a Vogue no mito que é atualmente.

Estilo não se compra, moda sim.

Avaliar quem você é atualmente, quais são as suas cores, suas nuances e suas influências é um caminho essencial para a auto confiança. Algumas vantagens de pensar no seu estilo e como você se identifica:

- Você passa a ser mais consistente com o que pensa e como age
- Demograficamente, você se situa como cidadã e tem um papel mais claro
- Você consegue falar melhor com o público alvo que define, em diversas situações
- Economia: você toma decisões de compra mais sensatas quando é fiel a seu estilo
- Sua herança genética é respeitada - em outras palavras, você se sente mais confortável com seu próprio corpo
- Você pode planejar melhor qualquer mudança de estilo de vida que queira fazer

Estilo é algo que você desenvolve a partir do momento em que se inicia o contato com o mundo externo. Começa, como sabemos bem, dentro de casa. Não há estilo certo ou errado nos dias de hoje. Mas o bom senso indica que o respeito ao próximo é sempre a melhor escolha, assim que definimos onde queremos estar e com quem queremos lidar. Isso inclui sua aparência.

Quando falamos de aparência - roupas, maquiagens, acessórios e linguagem corporal - sabemos que cada pessoa tem uma maneira única de aparecer ao mundo. Há diversas influências, como geração, religião (ou a falta de uma), idade, tradições, que diferenciam as pessoas. São também decisivos os valores de uma pessoa. A estrategista de imagem Nancy Plummer  fez uma análise interessante, bem geral, de como você pode associar valores a escolhas de roupas. Veja abaixo (Clique na imagem para vê-la melhor):


Conhecer a si mesma é o início para um estilo pessoal mais definido, e assim, mais confiante. Muitas pessoas não se encaixam em apenas 1 valor predominante, ou estilo predominante. Na vida real, somos uma mistura de influências.

Diretamente relacionada a aparência, também existe esta (super ampla) grade de estilo pessoal. Clique na imagem abaixo para vê-la melhor.


Como identificar meu grupo de estilo predominante e quais são aqueles que também fazem parte da minha vida? Em que grupo de estilo eu nunca me encaixaria? Com que grupo eu me relaciono melhor? Comece a pensar:

- Como são seus hábitos de vida pessoal e de trabalho? Como eles se relacionam?
- Como você se sente mais confortável?
- Que recursos eu tenho para apoiar meu estilo?

Se quiser falar mais sobre isso, está convidada! No twitter, fale comigo (@mplanel) e no Facebook, www.facebook.com/EuTambemSouHype.